quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SPFW Parte II

Oi minhas querdias, como estão??? Garimpando bastante por aí?? rsrsrs....bom queria pedir desculpas pela minha demora em postar a segunda parte dos desfiles do SPFW....masssss.....essa vidinha anda meio complicada....whatever....vai então o tão esperado...e demorado....rsrs post!!!

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Os desfiles começaram com a marca Do Estilista de Marcelo Sommer, que levou para a passarela do SPFW um desfile, no mínimo, emocionante, abusou de referências dos anos 80/90. Começou pela trilha, ao som de New Order. Envolvidas neste clima, look a look, surgiam as modelos tops das últimas décadas.

Do Estilista manteve seu mix de estilos evidente na coleção. Primeiro, Caroline Ribeiro abre com um vestido volumoso em tom de verde bandeira e um interessante colar em formato de gola. Já dava para perceber um certo apelo campestre no visual. O feminino se evidenciou com a leveza de vestidos levemente transparentes, principalmente em pois e florais. A renda foi outro elemento muito explorado e apareceu, principalmente, em babados e mangas drapeadas.

Na seqüência, outros nomes igualmente relevantes à memória da moda. Ana Claudia Michels desfilou um casaco de veludo e botas estilo montaria. Luciana Curtis, Isabela Fiorentino somaram aos seus looks, feminilidade.
Ana Salazar foi para as passarelas com uma coleção inspirada nas cores, fauna e flora das florestas seculares da região central de Portugal.

A alfaiataria de perfume clássico, como calças de smoking, trench-coat, capa e blazers 7/8, ganham um grande peso na coleção, acompanhada de vestes, capuzes e leggings em minipaetêes em dourado e prata fosco, numa alusão à roupa de proteção do caçador.

As peças mais fluidas, em musseline de seda e com volumes delicados ao longo do dorso, trazem printings nos tons de pássaros e folhagens abordados nos tema de inspiração. Bonito também os vestidos mais sensuais e próximos a pele, em couro com taxas.
Performático, Fause Haten apresentou no SPFW um espetáculo que misturou a interpretação quase que cinematográfica de modelos à dança contemporânea.
O brilho, nada sutil, preenchia por completo partes das roupas quando não, looks inteiros. Reluzia em cristais. A cintura apareceu marcada apenas por cintos finos, deslocada ou, simplesmente, esquecida e solta em vestidos trapezóides. A camisa, reeditada se transformou em vestido, uma peça já característica das coleções FH. O couro, veio em duas versões: liso ou em um patchwork refinado, fragmentado e irregular.

Novos volumes, assim como novas interpretações de formas clássicas, se destacaram. Como na calça cigarette que ganhou cintura altíssima. Pêlos negros e brancos em abundância acompanhavam o movimento dos corpos. Uma a uma, as modelos se sentavam em cadeiras posicionadas na própria passarela. E de atração, tornaram-se platéia para a apresentação de dança O Piano interpretada pelos bailarinos Melissa Soares e Gustavo Lopes. Emocionante.
Desde a trilha com voz sensual e aveludada, o curitibano Jefferson Kulig já dava sinais da mulher que iria imprimir para temporada:  urbana, muito informada, rocker e sofisticada. Desta forma, a coleção de inverno enfatiza na passarela os desejos de seu criador que, mesmo abusando de suas pesquisas high tech na área têxtil, quer ver a mulher bonita em formas que, a sua maneira, valorizam a silhueta feminina.

E por falar nos shapes, eles são retos e brincam com texturas e técnicas, como o belo vestido com saia em tecido xadrez com cobertura plástica, couro tech e fake com recorte a laser, aplicação de tachas, rendas em material de borracha e uma incrível manga com silicone e fios emaranhados, totalmente flexível.

Bonito também os detalhes de golas e sapatos em pele de carneiro e couro de tatu e tipo jacaré. Nas cores, muito preto, branco e pontos de luz em azul vibrante.
Lino Villaventura entrou no clima da comemoração de 15 anos do SPFW e levou para a sua passarela o que de melhor sabe fazer: seu estilo inconfundível de criar esculturas em tecido. O preto foi  sua cor predominante, experimentado nos mais variados materiais. Além dele, um pouco de ocre, petróleo e branco. Drapeados e plissados marcaram as peças criando texturas, mas foi o efeito de estampa bordada que levou o colorido do vinho, chocolate, argila e beterraba para seu Inverno.
Nos materiais, os tecidos nobres como tafetá de seda, gazar de seda pura, tule irizado e texturizado, veludo, cetim e musseline de seda pura dividiram espaço harmoniosamente com o jersey de malha e o tule elástico com efeito de ciré.

Por sinal, com seu ciré, Lino criou leggings justíssimas como uma segunda pele. As golas amplas dos vestidos curtos se transformavam em leves capuzes. Com moulage o estilista ainda valorizou formas simplificadas. Zíperes propunham aberturas estratégicas, como nas costas de vestidos, do decote a barra. Para completar, nos pés, botas de salto alto e solado púrpura revelado a cada passo.
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No segundo dia desfile Glória Coelho teve mix de inspirações da temporada, a mestre em criar armaduras femininas e futuristas brincou ainda com o universo das motocicletas, lembranças dos anos 60, o cavaleiro medieval e ainda um quê Dandy à la Sherlock Holmes.

Simplesmente incríveis as construções em alfaiataria com recortes, encaixes, golas altas, faixas em efeitos mil folhas e volumes inesperados, interagindo com a brincadeira de combinações de matérias, como couro, lã, tecidos elásticos, seda,  muitas texturas.

As vestes em couro nude são protetoras, sensuais e harmônicas. Já os vestidos em veludo cristal ganham movimento em recortes arredondados combinados a pedras que saltam aos olhos, tanto pelo brilho quanto pelo tamanho, em verdadeiras roupas-jóias. Nas cores tons de pele, verde-musgo, off-white, pontuados por verde e laranja vibrante.
João Pimenta desfilou uma alfaiataria bem feita, o estilista propôs reinterpretar peças tradicionais. Seu estilo mais simplificado e minimalista, ele trabalhou as possíveis variações da forma trapézio. Por sinal, sua modelagem é o que tem transformado o clássico guarda-roupas masculino.

O estilista elegeu o grafite, ou cinza mais escurecido, como centro de sua coleção. Neste tom invernal, ele trouxe casacos nos mais variados modelos. Com gola padre, com gola careca, ajustados ou amplos. Pontuando as roupas, outras cores se fizeram notar, como marinho e vinho. Para valorizar as peças, o veludo, a sarja emborrachada e muita lã. Para aquecer, tricôs exagerados, em pontos grandes, surgiram em casacos, coletes e blusas.

Nos detalhes, o bordado grande, de brasões sobre o veludo, parece ser sua aposta. Para acompanhar a ousadia, aberturas nas costas revelam a pele como se fosse uma camisa vestida ao contrário.
Celebrando a cultura do pós-apocalipse, sujeita a mudanças e efeitos dos fenômenos da natureza, a coleção masculina de Alexandre Herchcovitch aposta numa alfaiataria que mistura tecidos tecnológicos com texturas inesperadas, tudo remetendo a uma roupa de proteção e em clima de street urban sofisticado.

Já as peças com forte referência esportiva são em tecido de efeito laminado, em prata e laranja, como calças mais folgadas e com cintura com elásticos largos ou em casacos mais amplos, com recortes abaixo do peito. A combinação de tecidos mais tradicionais com náilon também é forte nos casacos com zíperes, bolsos amplos e capuzes, já outros, trazem no mix a lã, com destaque para ombros mais arredondados.

Bonito também as vestes em couro de cabra ou fake de apelo futurista com texturas de pele de animais, além do tricô em cashmere e dos  vestidos propostos para o homem, em formas retas e quadrada, com matérias mais pesados. Na cartela de cores, prevalência de tons sombrios de cinza e preto.
Fernanda Yamamoto em seu desfile de Inverno no SPFW mostrou que a construção do tecido pode superar a construção da modelagem. Inspirada pela simples e simbólica forma do círculo, a estilista trabalhou sua coleção sob três óticas: a de texturas, a da silhueta e a da estamparia.

Experimental, Fernanda Yamamoto criou texturas, transformando tecidos com técnicas artesanais, marca registrada do trabalho de seu ateliê. Na gaze de seda fez interferências com feltro e lã em suas tramas, revelando uma transparência provocadora. Ela ainda apostou no washi-ê, uma técnica que permite a fusão de fibras de um tipo de papel especial com uma trama de linhas e lã. O efeito visual era de um emborrachado denso e de transparência fosca.

Estes e outros materiais modificados foram inseridos na forma. Assim, a silhueta da mulher de Fernanda Yamamoto foi simplificada para ser valorizada pelo trabalho artesanal. Vestidos retos e soltos com gola-estola, calças de boca larga e cintura alta, casacos estilo pelerine foram apenas algumas das peças que retratavam sua visão de feminino. O preto é a cor predominante, mas a coleção veio ainda pontuada pelo amarelo vivo, forte. Enquanto um toque de coloridos foi aplicado nas estampas abstratas de círculos sobrepostos e manchados.
Roupas para seduzir, envolver e fantasiar num universo de mistério e glamour. É assim que vive a mulher de André Lima.

Sem medo de ser over, o designer abusa do mix de referências e inspirações e joga também neste liquidificar uma pitada de anos 30, divas Noir, Disco Fever, sereias, um ar japonista e muita ousadia em formas ora longas com volumes e/ou rabo-de-peixe, ora mais curtas e próximas ao corpo, com mangas que crescem e chegam até o chão.

Apostando também na combinação de texturas e matérias nobres numa mesma peça, sedas, lurex, lamê, matelassês, paetês, plissados e laços passeiam desinibidos e abusados sobre os vestidos. Nas cores, muito preto, é claro, além de laranja, vermelho, verde, uva, pink e rosa fluo.
O desfile de encerramento da SPFW com a Cavalera aconteceu na entrada da Bienal, em um caminho de chão de madeira, com dois espelhos d’água nas laterais. O que ninguém sabia até o desfile começar era que no alto, preso ao teto, um mecanismo foi fixado para produzir ‘chuva’. Para a surpresa de todos, uma a uma, as modelos entraram de roupa e sapatos na água e desfilaram Cavalera sob o que parecia ser uma tempestade.

Com direito até mesmo a guarda-chuva, os modelos desfilaram uma coleção streetwear, nitidamente dividida em dois blocos distintos. No primeiro, o preto e o marinho imperaram absoluto em calças, jaquetas, bermudas, parkas, calças e shorts curtíssimos. Em sarja, no denim cru, sem lavagens, na malharia. Complementado pela lã natural em ponchos, casacos e mantôs que lembravam os produzidos em culturas remotas da América do Sul. Apenas o amarelo lima pontuava as peças e os calçados.

Depois foi a vez de entender o tema do desfile, República Federativa da Cavalera. Um brasão, semelhante ao da República brasileira, se transformou em estampa que fragmentada, parecia uma imagem abstrata, reconhecida apenas pelas cores verde, amarelo, azul e branco. Com ela, jaquetas em couro, calças cigarettes, vestidos com babados nas barras. Tudo molhado, claro.
Espero que tenham gostado porque eu amei!!! =) Agora é esperar pra ver o que realmente vai pegar fora das passarelas!!!
Bju Bju e até o próximo post.....
Crédito:
Fotos - André Cherri (Do Estilista/ FH/ Jefferson Kulig/Lino Villaventura/ João Pimenta/ A. Herchcovitch/ Fernanda Yamamoto/ André Lima/ Cavalera)
André Bittencourt (Glória Coelho) e Agência Fotosite (Ana Salazari)

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